13 de novembro de 2014
Líderes da América Latina se reúnem no Rio de Janeiro para debater os desafios do uso de tecnologias na sala de aula
Fonte: Portal Porvir
“Já é consenso que a tecnologia chegou para ficar no universo da educação. Mas como utilizá-la da melhor forma para garantir um aprendizado com mais qualidade aos alunos é o debate que deve ser feito atualmente”, afirma Vera Cabral, consultora de educação da Bett Latin America Leadership Summit. Não por acaso, a segunda edição do evento, que será realizado dias 17 e 18 no Rio de Janeiro, terá como objetivo dar espaço para líderes educacionais trocarem experiências e discutirem estratégias pedagógicas inovadoras que podem transformar o futuro da educação.
O fórum internacional reunirá líderes educacionais do Brasil, da América Latina e do Caribe, incluindo ministros e secretários de educação. “Essa troca de experiências entre especialistas de diferentes países é a parte mais relevante desse fórum. É uma oportunidade para entender como cada um está tentando resolver os problemas e quais as soluções estão surgindo”, diz Cabral. Para ela, além de os países latino-americanos possuírem desafios comuns, eles também compartilham a percepção de que a educação é o caminho para o crescimento e desenvolvimento pleno das nações.
Nesse contexto, um dos gargalos comuns que devem ser enfrentados é a formação de professores, precisa acompanhar o ritmo das inovações tecnológicas, seja para tirar o melhor proveito delas, seja para os professores conseguirem estar mais próximos da realidade de seus alunos.
“Antigamente a formação que se dava ao professor era para ele aprender a usar o computador e seus recursos. Mas essa utilização já está mais difundida, mesmo entre pessoas de mais idade, pois a tecnologia está cada vez mais presente em nosso cotidiano e os recursos também estão mais intuitivos”, explica a consultora. Segundo ela, o que tem se mostrado mais efetivo hoje é contextualizar a tecnologia dentro dos processos de ensino e aprendizagem, e como fazer o uso dos recursos em sala de aula.
Com esse entendimento, o Instituto Ayrton Senna desenvolve programas de formação docente visando aos professores em serviço. “As escolas não devem ser todas derrubadas para que se construam propostas que façam uso de tecnologia. E não digo derrubar apenas fisicamente, mas também em relação a todo o quadro docente. Temos que levar a tecnologia para a escola como ela é hoje, empoderar os professores que nelas trabalham para que sejam os agentes de mediação entre os recursos e os alunos”, argumenta Fabiano Gonçalves, gerente de programas do instituto, que defende ainda que é preciso capacitar os professores que estão hoje nas salas de aula para que seus estudantes tenham acesso a experiências pedagógicas mais dinâmicas e condizentes com o que se espera do jovem do século 21.
O importante, segundo ele, é fazer os professores vivenciarem as experiências educacionais que os novos recursos proporcionam e significar essa aprendizagem, para que depois eles a reproduzam em suas salas de aula. “O docente precisa ter a consciência de que o uso da tecnologia está em função de uma proposta pedagógica, e não o contrário. Precisamos primeiro saber o que queremos desenvolver no ensino e aprendizagem para depois planejar o que e como usar as ferramentas”, ressalta ele que durante o evento participará do painel intitulado: O papel da tecnologia na sala de aula do século 21: Incentivar o uso da tecnologia nas escolas.
Vera Cabral completa dizendo que não adianta tentar inovar se o processo não for mudado. “Não é para a tecnologia ser usada para fazer a mesma coisa e manter a mesma relação em que o professor é o único transmissor de conhecimento e lidera todo o processo, mas sim abrir espaço para o aluno ser protagonista, escolher como prefere aprender”.
Ainda de acordo com ela, os recursos devem ser usados para alterar o processo tradicional e padronizado de ensino, pois já é sabido que cada indivíduo aprende de maneira diferente, em velocidade diferente e fazendo relações distintas. “Hoje temos recursos para repensarmos e criarmos diferentes estratégias para melhorar o aprendizado de cada aluno. O que já sabíamos há muito tempo na pedagogia, a tecnologia está nos permitindo fazer”.
A Bett Latin America Leadership Summit terá dois dias de debates e palestras, no Rio de Janeiro. No dia 19 de novembro, duas atividades complementares serão simultaneamente realizadas: o Fórum de Desenvolvimento de Educadores e a Conferência de Tecnologia no Ensino Superior. As inscrições podem ser realizadas pelo site do evento e custam de R$ 625 a R$ 6350.
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